sábado, 8 de setembro de 2007

Seção: Filosofia de Boteco - Dioniso Sóbrio II


Aforismos: Identidade

A criação absurda de que o homem deve se submeter a determinado sistema, introduzindo "novas" caras ao mesmo, faz com que, cada vez mais, sua figura deixe de manter um rosto autônomo, donde a cara que se bate é a mesma que beija... e aceita! Faz com que, mesmo em situações desconexas à sua real condição, uma identidade cultural assim surja. Sua nova faceta acaba criando outra nova identidade, no entanto, uma identidade nova dentro de uma situação velha, e que incorpora a nuance daquilo que combate. Cria-se com isso a consciência de que, apenas sob este jugo, pode-se ter uma identidade. Uma cara que se pareça com a do vizinho, e com a do inimigo. Um inimigo que também tenta fazer sua parte no bloco construído, de sua condição identitária. Aliás, a cara do inimigo nunca é vista e o bloco continua cada vez mais visto, e ainda mais sólido. Apenas medimos, como se assim fosse possível, que cara ele poderia ter. Sabemos que este bloco não tem nada de nós - e ao mesmo tempo com pinceladas de um nós-outro dentro do todo - e é, ao mesmo tempo, nós-no-outro. O outro é justamente a identidade que nos dizem que é nossa. Dá-se uma cara e nos tira a possibilidade de uma máscara própria. O que seria, então, uma identidade? Apenas fragmentos de um todo que, todo compartimentado, se consolida ainda mais... Existem consciências que, achando-se nossa, a nós nos advém! E não sendo nossa, para nós, nossa passa a ser... É essa a identidade que temos!

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