quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Seção: Filosofia de Boteco - Dioniso Sóbrio IV

Aforismos: A Razão Produz Pesadelos em Singelos Sonhos
A razão produz pesadelos, a identidade produz monstros... e Goya produz emplastos. Bem, qual das afirmações, anteriomente expostas, podem se auto-justificar? Além disso, sendo comprovada, imagino, será algo difícil de conseguir alguma auto-justificativa. Por outro lado, do ponto de vista metaforial, aí sim, temos a possibilidade de uma possível constatação. E a constatação que nos advém é a de que, durante toda sua história, a razão produziu monstros e pesadelos. Além disso, ela sempre deixou para trás aqueles sonhos bons, que elevam, sonhos de outrora, e que, alguma vez tivemos. Até mesmo nossas mais constatadas certezas sempre foram certezas, tão-somente à luz da razão. E nisso, falando de identidade, temos esta constatação nos referindo ao futebol e seu emplasto alienante, a lá Brasil, as gerações e sua constante briga em tentar se afirmarem. A juventude e seu estigma de rebeldia... vitórias e derrotas de um mundo que, tal como em Goya, apenas existe em pesadelo. O pesadelo que a razão pegou para si, o transformando em sonho... tantos pesadelos que, para tão humilde espaço, não poderiam ser aqui discutidos. Aliás, há sim a possibilidade de uma discussão: e ela poderia acontecer no momento em que colocamos a razão na roda que, diga-se de passagem, seria muito mais um círculo vicioso que virtuoso. Talvez este seria o momento em que conseguimos, por singelos dez segundos, dominá-la. Uma espécie de alheamento de nós para com seu núcleo afirmativo e conformativo... seria esta a alternativa de um possível dominar? E Goya, quando traz um homem meditabundo, cabisbaixo, e seus vários fantasmas, em momento de transe-em-sonho, como num pequeno toque, acaba nos dizendo muita coisa, sem a palavras e signos recorrer... e então, o que tão bela pintura nos faz antever?
Diga se puderes, santa Humanidade!

Nenhum comentário: