quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Lançado Adiante



Segundo o Dicionário Aurélio, um projeto é algo lançado adiante, posso afirmar que essa definição foi o que mais me surpreendeu, simplesmente pelo fato de saber que a elaboração de qualquer projeto se dá em um tempo muito vivo, com uma definição – e objetivos – bem clara. Ou seja, num tempo presente muito peculiar, onde tudo aquilo que vivenciamos, e ao foco específico do projeto, acabam interferindo em sua definição.
Pensar adiante, com um pé em um mundo de constante transformação é algo cada dia mais complicado, até pelo fato de um projeto ser algo finito, e com objetivos bem direcionados, embora, pisado em chão arenoso.
Vejamos como Brito & Sabariz define isso, especificamente dentro da área educacional, nosso principal foco:

(...) podemos dizer que projeto educacional é um empreendimento de duração finita, com objetivos claramente definidos na solução de problemas, oportunidades, necessidades, desafios ou interesses de um sistema educacional, de um educador ou grupo de educadores, com a finalidade de planejar, coordenar e executar ações voltadas para melhoria de processos educativos e de formação humana, em seus diferentes níveis e contextos. (2011, 12)

Assim, ao juntarmos o lançar adiante com o compromisso em fomentar a formação humana em nossos alunos, poderia afirmar que, mesmo sendo tão escorregadio em sua formação, aliás, em sua feitura, a definição de um projeto e sua escrita acaba sendo uma aposta em futuro. Uma aposta numa formação mais humanizada, objetiva e bem focada de nossos educandos.

Afinal de contas, eles são a geração que nos substituirá daqui a algum tempo, e isso precisa ser revisto urgentemente, há que pensar no futuro como algo realmente viável e, principalmente, muito bem definido. Isso sim é elaborar e gerir um projeto com destreza.

Referência Bibliográfica
BRITO, Jorge Nei & SABARIZ, Antônio Luis. Elaboração e Gestão de Projetos Educacionais. São João Del-Rei: UFSJ, 2011.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Saúde e Trabalho na Educação


A criatividade pode ser algo inerente ao ser humano, no entanto, ela não é uma constância, já o trabalho, além de ser uma constância, nem sempre vem acompanhado da criatividade, muito pelo contrário, pode vir acompanhado de doença, uma vez que, a potencialidade humana só se realiza em um ambiente em que corpo e mente estejam em harmonia, logo, sinônimo de promoção humana.
Se a sala de aula fosse um ambiente mais tranquilo, harmônico e sereno, pode ser que esta criatividade se desenvolvesse com mais frequência, por outro lado, em situações de conflito pode também haver criatividade, desde que este conflito não descambe em patologias (doenças); o grande problema é que o professor não está mais envolvido apenas com a sala de aula, muitas vezes seu trabalho ultrapassa este ambiente, chegando aos lares das famílias.
Aliás, os lares das famílias têm chegado cada vez mais à sala de aula, e é neste ponto que a criatividade acaba sendo deixada de lado, uma vez que, nosso papel acaba por extrapolar as meras funções do lecionar e, como tal, do ser criativo.
O trabalho, numa situação como essa, perde parte de seu significado, e é justamente a parte vinculada à criatividade que acabamos por perder; e isso é possível ao nos dispormos a mais coisas que nosso preparo e nossa profissão, em si, se fizeram.
O vínculo do professor com o aluno tem sido cada vez mais intenso (para não dizer íntimo), nosso papel de mestre se refez e se transformou em resolvedor de problemas familiares; ou fazemos isso ou não conseguimos trabalhar, logo, não conseguiremos exercer nossa criatividade, por isso, repito, nem sempre a criatividade vem acompanhada de um trabalho que, sobremaneira, deveria ser criativo.
O ambiente escolar é totalmente propenso ao desenvolvimento de toda criatividade, visto que ele favorece isso, embora, cada vez mais temos perdido tal criatividade em detrimento das doenças adquiridas com nossa “atual” profissão.

terça-feira, 30 de julho de 2013

Desejo de Mudança


O desenvolvimento de qualquer comunidade, em situação de perigo social, precisa partir daquilo que esta comunidade tem de melhor, de próximo e de mais especial: seus valores, sua cultura local e, principalmente, sua união e cooperação. Quando esta possibilidade vira uma realidade, o desejo de mudança, por si só, se transforma em mudança.
Aqueles que buscam esta "necessidade" sabem que, numa hora ou outra, ela pintará bem lá no íntimo; o que diferencia os grandes homens é o fato de esta vontade íntima se transformar em realidade... realidade nova, e não qualquer realidade.
Se esta tentativa se transformar em projeto, de forma automática, esta rede de cooperação tende a aumentar, incorporando cada vez mais novos valores aos já inseridos no grupo, e serão estes novos valores que darão uma cara nova ao grupo, logo, uma identidade outra ao mesmo. Estas manifestações que varreram o Brasil nas últimas semanas é exatamente a execução de um projeto e a efetivação de um desejo. 
Vão dizer que é uma tarefa difícil, já diria o contrário; cria-se um círculo virtuoso, fazendo com que os valores sejam atraídos por novos valores, e isso foi constatado com o pós das manifestações. Podemos dizer que ainda está longe do que queremos, mas novidades deixam de sê-lo quando se concretizam em atos, colocando em nosso âmago novas necessidades... ao menos àqueles que não estão contentes com o que aí está.

segunda-feira, 29 de julho de 2013

Gestão de Mudança e Conflitos


A criatividade pode ser algo inerente ao ser humano, no entanto, ela não é uma constância, já o trabalho, além de ser uma constância, nem sempre vem acompanhado da criatividade que não o está fazendo bem, e por isso busco a motivação do incômodo, pois o incômodo é o elemento que motiva o ser humano a ser mais do que, realmente, ele é, uma vez que a realidade só passa a ter significado quando a significamos.
Se o ser humano quer criar uma realidade para si mesmo, é porque ele não está satisfeito com a realidade que o circunda, e isso só tem uma explicação: o incômodo faz parte de sua vida.
Aquilo que compreendemos está diretamente ligado com esta realidade que quer ser outra, além de sua vida habitual, visto que, o que está compreendido como o que realmente é, se torna algo que buscamos para fazer diferença diante deste mundo que nos coloca sempre no patamar do outro, e, como tal, no patamar daquilo que não queremos, por isso a realidade é aquilo que queremos para nós mesmos: “Meu mundo é aquilo que pode ser captado pela minha consciência e é a linguagem que organiza o que me circunda, dá sentido a tudo que minha consciência apreende.” (SOUZA & CARVALHO, 2011: p. 26), e por este motivo dá significado à minha vida, por isso, minha vida é aquilo que quero para ela.
E isso significa que já introjetamos algo que está fora de nosso alcance, por isso a realidade desse algo é tão importante, pois garante que o que está fora de nosso alcance pode ser uma realidade plausível.
A partir do momento em que o incômodo faça parte da vida de alguém, é porque este alguém incomoda, e isso significa que há algo que está interferindo no dia-a-dia de alguém, e isso é o espírito do empreendedorismo, visto que: “(...) o comportamento empreendedor faz parte de um processo total que comporta várias dimensões da vida e diferentes escolhas (…) (NETO & CARDOSO, 2010: p. 15) que nem sempre são conscientes, visto que a consciência faz parte deste processo novo, que a mente quer desenvolver e que precisa de um ponto de partida.
O ser humano precisa pensar o novo como algo que o influenciará positivamente e não negativamente, por isso o novo é parte de um estágio da vida em que os conflitos colaboram com a evolução. Se o passado fosse o caminho certo, por suposto, ele não seria o melhor conselheiro.



Referência Bibliográfica

NETO, Bezamat de Sousa & CARDOSO, Merilane Emanuele. Pedagogia Empreendedora. São João Del Rei: UFSJ, 2010.


SOUZA, Marcos Sávio & CARVALHO, Luiz Fernando de. Gestão de Mudanças e Conflitos. São João Del Rei: UFSJ, 2011.

domingo, 28 de julho de 2013

Estratégias Educacionais


O projeto pedagógico é uma estrutura de aprendizagem que visa, primeiro; estimular os alunos para que possam se envolver mais com a escola e a com a produção do conhecimento em si, segundo; flexibilizar a organização do currículo, trazendo para sala de aula elementos próprios de suas comunidades e não mais de um órgão central, como é uma Secretaria de Educação, por exemplo, e terceiro; incentivar os alunos a serem pesquisadores e produtores de conhecimento, automaticamente, incentivando-os a se tornarem empreendedores de sua própria vida e as de seus familiares, além do mais; pode-se ter nos projetos a inter-textualização das disciplinas trabalhadas, levando, realmente a uma maior participação de vários tipos de saberes e habilidades num mesmo tema, e não mais numa disciplina isolada, como sempre vimos nas escolas, desde sempre (isso é o que podemos chamar de interdisciplinaridade).
Como foco de importância para o trabalho com projetos podemos citar a contextualização da aprendizagem, ou seja, os alunos sabem realmente a utilidade do conhecimento e o porquê de estarem ali. Hoje o grande problema da escola pública é justamente apresentar aos alunos o significado real e concreto do que ele está aprendendo em sala de aula. Por lidar com temas, às vezes assuntos muito recorrentes na vida dos alunos, eles terão uma maior proximidade do que está sendo ensinado, criando um significado para aquilo e, mais do que isso, por estarem produzindo junto ao professor, aqueles saberes terão um maior valor, pois eles também contribuíram para sua produção.
Com base nesta afirmativa vejamos o que Rocha diz: “Quando o projeto definido por professores e alunos parte de uma problemática que lhes é familiar, a apreensão do sentido, do significado do enunciado se dá mais facilmente.” (2011, p. 32) Ademais, quebra-se com isso o paradigma de relação de “poder” entre professor e aluno. É como se ambos estivessem num mesmo patamar produtivo. Até a relação com a escola e os professores (por parte dos alunos) fica mais harmônica e menos belicosa.
Pensando nisso podemos afirmar que, ao trabalhar com projetos, o ensinante e o ensinado estão criando – coletivamente – um clima de maior autonomia para ambos. Isso é garantia de que a escola terá uma finalidade muito concreta para o ensinado, e que este aprendizado não acabará depois dos aproximadamente 13 anos que este ensinante passará em ambiente escolar; diria mais, a aprendizagem será algo que continuará na vida.
Ainda, conforme Rocha: “A aquisição de maior autonomia intelectual, proporcionada pelo saber, está diretamente vinculada ao desenvolvimento de competências (…).” (2011, p. 34), e cabe ao trabalho com projetos este desenvolvimento de competências, com base numa maior autonomia do ponto de vista de produção e disseminação de conhecimentos (saberes).


Referência Bibliográfica

ROCHA, Sandra Boari Silva. Estratégias Educacionais. São João del-Rei, MG: UFSJ/MEC/SEED/UAB, 2011.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

EaD



O conhecimento pode ser medido em quantidade e qualidade. No contexto virtual não é muito diferente, visto que a quantidade de informações é algo assustador, e é neste ponto que mora o perigo. Neste caso há muita quantidade e pouca qualidade, visto que na Rede todos e qualquer um produzem seus textos, além de hipertextos, onde o autor se confunde com o leitor e com outro autor. São textos que se embrenham e se bifurcam em determinado ponto, neste ponto entra a proposta autoral. Diferenciar o que é autoral do que é plágio é muito fácil hoje, mais difícil ainda é quando os dois se confundem, este é o hipertexto. Produção de conhecimento é a palavra chave do momento, e junto com tamanha liberdade, a quantidade de asneiras produzidas também é considerável.
E a Educação a Distância (e não o ensino, já que este último visa adestrar e normatizar certos saberes que são interessantes àquele que está disponibilizando referidos saberes) pode servir de elemento para que a situação de aprendizagem se torne algo real e não mais algo que fazemos de conta.
Em sua história a EaD surgiu com a troca de correspondências de alguns com outros, e isso foi considerado o ponto de partida desta atividade. Hoje em dia sabemos que não é bem assim, já que a EaD permite maior atenção aos ritmos pessoas de cada um, possibilitando que a pessoa tenha condições de se construir por si próprio.
Talvez esta seja sua maior influência: se não houver um compromisso por parte de quem dela se utiliza, automaticamente, o aprendizado fica prejudicado. É a necessidade de indivíduo que determina sua aplicação sobre o que o mesmo está estudando. Mais que especialistas, quem está do outro lado é um facilitador do conhecimento, e conhecimento só pode ser buscado por que, com afinco, quer realmente isso.

O aluno aprende a fazer por si mesmo e não por obrigação; e este é o grande salto da Educação a Distância.

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Educação Ambiental na Escola



Recentemente (no ano de 2007) participei de um projeto ambiental interessante na cidade de Mineiros do Tietê – região do Médio Tietê – na escola Antônio Ferraz, da qual eu era professor efetivo. Como eu participava de uma ONG, convidei a todos os participantes que puderam se locomover até Mineiros do Tietê, visto que São Manuel era a sede da ONG e ficava próximo 40 Km, para poderem efetivar o projeto.
Na cidade de Mineiros do Tietê havia uma cooperativa de catadores de material reciclável, em um galpão improvisado e no final da cidade. Em Mineiros não havia coleta seletiva e sempre me deparava com material reciclável (na própria escola inclusive) junto ao lixo orgânico; como faço separação em casa sentia que aquilo ali era um desperdício.
Pois bem, convidei os amigos da ONG e montamos o projeto. O apresentamos na escola, passamos por todas as classes (os alunos foram até o local previamente ocupado para receber informações sobre o processo de separação de lixo), com o intuito de convencer realmente a todos – uma clientela de Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Após convencimento passamos à segunda etapa: agendamento junto à prefeitura de uma reunião com o prefeito – ou algum assessor próximo – para podermos discutir a possibilidade de implementar o processo seletivo em toda a cidade (que tinha aproximadamente 12 mil habitantes, à época.
Felizmente conseguimos implantar, a começar pela escola, visto que em dia desses fizemos uma espécie de mutirão pelos arredores do centro, região onde fica a escola. E a partir da semana seguinte a próxima prefeitura disponibilizou um caminhão para a cooperativa de catadores.
Uma forma de convencer a direção escolar a encampar este projeto seria apresentando este histórico, acima descrito, trazendo elementos como durabilidade de certos materiais inorgânicos (objetivo máximo da coleta seletiva), promover uma conscientização junto à comunidade escolar, neste caso pelo fato de ser uma escola numa cidade mais populosa.
A Educação Ambiental deveria ser uma preocupação desde que o homem pisa ao mundo pela primeira vez como espécie dominante. Apresentar este histórico de devastação e destruição pode ser mais que um argumento, aliás, seria uma necessidade de qualquer sociedade que realmente conhece seu papel.
E é na escola que qualquer prática deve ser iniciada, visto que: “pressupõe que a escola, como espaço social (…) propicie uma ação educativa, a adoção de uma visão crítica das questões que as comunidades vivenciam e que afetam a sua qualidade de vida.” (MANCINI & BULHÕES, 2011, p. 25)
Se a EA é algo premente, pois faz parte de nosso conviver em sociedade, é de suma responsabilidade as escolas pegarem para is esta função, senão não estariam fazendo seu papel como deveriam.

Referência Bibliográfica

MANCINI, Silvana Gomes & BULHÕES, Ignácio César de. Educação Ambiental na Escola. São João del-Rei, MG: UFSJ/MEC/SEED/UAB, 2011.