sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Seção: Filosofia de Boteco - Dioniso Sóbrio I



Aforismos: Gerações


Quando se fala em juventude (mesmo sendo difícil falar de tão complicado conceito... generalizá-lo, então, parecendo fácil, todavia, sendo ainda mais difícil), logo nos vem em mente um determinado conflito; conflito esse que, do nada, ganha força de combustão - e conclusão. Como se o que originasse certa geração fosse o fato de ela surgir duma briga, quiçá, duma guerra constante, acabamos por confirmar a força, que em combustão, arrebanha um grupo muito grande, quase coeso. Após o movimento deste motor, em combustão, sempre resta alguma poeira para trás. Essa poeira deixa o ar nebuloso... quem a persegue não consegue visualizar o que está na frente, daí surge a necessidade, sempre premente, e quase vital, de generalizá-la num grupo. Há grupos? Há gerações? Ou há apenas movimento neste processo de relação, entre grupos e reflexos exteriores? O quê fazer quando o que está na frente é apenas pluma e neblina? O quê fazer quando não conseguimos entender a complexidade de qualquer atitude humana? Será que generalizar naquilo que concebemos como natureza humana, consegue explicar a complexidade deste movimento? Por que os filhos, em geral, tendem a questionar seus pais? Será que há alguma conexão, com o que resta de quinhão, a cada geração? A caótica origem e gérmen de uma explicação sempre tende a reduzir qualquer movimento humano, deixando-o simplório, como nunca foi. E ainda, sempre tende a reduzir qualquer efeito em signos. Onde estão os signos que explicam tão desabalado - e estudado - conflito? O homem só conhece o efeito das leis da natureza, e não elas mesmas. Seu movimento é o único sintoma que aparece, e nada mais que isso. A proximidade do fato tende a encobrir ainda mais a sua possível verdade. A orgia das palavras tende a confundir qualquer sintoma ou movimento, que nos chega em signos, aliás, que nos chega em brumas de signos... como a poeira deixada pela Clio da desabalada corrida das gerações. Assim, cabe aos homens tentar encontrar um signo que explique, genealogicamente, a gênese do signo que se-lhe apresenta defronte suas feições assustadas. Ele deveria se preocupar em estudar como elas (as leis da natureza, ou mesmo seu movimento) são criadas para, logo em seguida, seguir seus rastros - mesmo na poeira, sempre seguindo, nunca afirmando, não por enquanto -, e ver onde poderia chegar. Talvez a geração da frente se canse e pare nalgum posto, à beira dalguma autovia!!

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