quinta-feira, 13 de setembro de 2007

Seção: Resenhas

Livro: O Ser e o Nada

Que tal um livro que tem 782 páginas escritas no momento e no local onde ocorria a Segunda Guerra Mundial? O que você diria se o autor ao contrário do que deve estar pensando, tivesse participado ativamente da Guerra, inclusive sendo preso em combate? E o que você pensaria se soubesse que o livro não é um diário de Guerra, mas um verdadeiro “tratado” de ontologia? Espantado? E se eu dissesse que neste livro discute-se nada mais nada menos do que as filosofias de Hegel, Husserl e Heidegger, com algumas pitadas de Descartes, Marx, Kant e alguns outros da mesma espécie. Incrível?

Este livro chama-se O Ser e o Nada – Ensaio de Ontologia Fenomenológica. Nesta obra, Sartre faz um estudo sobre o Homem e seus vários modos de ser, fazer e ter no mundo. Para isso, constrói os conceitos do Ser-Em-Si, do Ser-Para-Si e do Ser-Para-O-Outro, tentando abarcar todas as múltiplas realidades humanas.

Em O Ser e o Nada ele utiliza a fenomenologia procurando compreender o Homem e a sua realidade humana em termos ontológicos. Realçam-se aí seus estudos sobre a consciência, pois, para Sartre, o ser se define pelo seu transbordar-se para fora de si em busca de... O ser se mostra por aquilo que ainda não é. Nesse sentido, o ser é negação do ser, é um ser que se lança para o futuro, e sua consciência por ser indeterminada é o nada, a nadificação do ser, a característica fundamental da liberdade humana, o ser é o que não é e não o que é, ou seja, é um Ser-Para-Si, um ente que nega e se supera. Para quem deseja refletir sobre a condição humana de maneira profunda e instigante, O Ser e o Nada é uma leitura obrigatória.

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