segunda-feira, 19 de maio de 2008

Crônicas de Infinito... Azul!


Pensando o quanto somos mais do que deveríamos ser e, principalmente, mostramos a outrem, sempre, nossa superioridade, quando olhamos para o infinito, é que podemos confirmar nossa mediocridade, mesmo que isto não seja crível por nosso cérebro tão vivo e potente (um suprassumo de nossa existência medíocre); ao mesmo tempo em que nos tornamos exíguos e mínimos, afirmamos nossa existência, nosso lar e nossa vida... um pálido ponto azul é o que somos.

E na palidez deste ponto distante, ainda mais mínimos nos tornamos, trazendo para o seio de nossa superioridade de Homo Sapiens Sapiens uma mágoa, com pingos de luz; uma luz distante e azul; aliás, não somos nós um pálido ponto azul, é a Terra este pálido ponto azul... e a nós, o que resta ser? Nesta escala de infinitude e arrogância? Fica no ar... aliás, uma dúvida que é lançada no universo e, quando volta para nós apenas afirma mais ainda a dúvida e nossa ignorância e mediocridade: a ignorância de ignorarmos todo o Universo à nossa volta e a mediocridade de afirmar toda nossa grande inteligência... apesar de mínima e arrogante.

Por que tanta arrogância e, ao mesmo tempo, tanta exiguidade? Talvez por estarmos falando de nosso lar; o mesmo local onde nossas emoções e sentimentos vêm a tona, tirando-nos de nossa mediocridade universial (e é que I mesmo, isso não foi um erro de digitação), e dando-nos um pouco de existência... mesmo que uma existência como um pequeno pomo... uma pequena bolha... e um pequeno ponto azul.

Quando olhamos a Terra por cima, e ainda mais acima, a Terra do Universo, apenas constatamos uma verdade que nos persegue, e ao mesmo tempo é uma verdade que nos dá vida, a verdade de nossa reles e, ao mesmo tempo, nobre existência. Aliás, é esta verdade que ainda nos faz viver. Viver é isso, mostrar para nós mesmos que nossa vida é medíocre, todavia, necessita existir para nos alimentar... para aumentar alguns graozinhos de uma sobrevida medíocre. Triste é viver, sabendo que o universo pode ser muito mais que a pequenez de nosso ser e, principalmente, muito mais que a pequenez de nossa morada e de nosso lar.

A Terra é isso: um pálido ponto azul no universo... tão-somente uma névoa de poeira de uma vida que, de tão infinita, mais parece um Deus... não dá para conceber a dimensão de sua existência, se é que esta existência nos é factível... talvez não: pode ser que ela seja vivível... como um pálido ponto azul no universo! Ou pode ser uma enganação (ou ilusão... prefiro a palavra enganação, bate mais forte em nosso orgulho ferido) de ótica... triste dúvida para aqueles que têm a certeza em suas constatações... e alegre dúvida para aqueles que sabem o quanto uma constatação é mínima e medíocre.


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