segunda-feira, 5 de março de 2012

Que Haja Resposta!



O mundo tem andado à revelia da China, mas ao mesmo tempo, olhando para as coisas que acontecem em Beijng. Um exemplo bem simples foi o editorial da Folha de São Paulo deste domingo (04/03/12), onde o editor deixa clara sua preocupação sobre os rumos que a economia mundial (em especial a deste gigante oriental) tem tomado, ainda mais quando a China se prepara para seu próximo Congresso Nacional do Partido Comunista. Congresso no qual se discutirá a nova política econômica e social da China para a próxima década, além da escolha de seu novo presidente.

Mais que isso, existe a preocupação, por parte do governo chinês, em reduzir o crescimento de seu PIB, de 9,2% ocorrido no ano passado para 7,5%, previsão deste ano. Há uma clara linha do Congresso em direcionar este crescimento para o ambiente interno, tentando "atenuar o desequilíbrio e a descoordenação e abordar pressões sobre emprego, desenvolvimento da agricultura, aumento de renda dos camponeses, excesso de capacidade produtiva de certos setores e desmesurado consumo de energia", como ressaltou Wen Jiabao em seu último discurso.

Esta nova tendência tem deixado o mundo “desenvolvido” em polvorosa, ainda mais num momento em que uma crise de proporções gigantescas estremece a zona do Euro, cabendo a países outrora “de segundo plano” redirecionar a economia mundial de uma forma bem “jeitosa”, diga-se de passagem. E isso tem sido uma preocupação recorrente também aqui em nosso lado.

A própria presidenta Dilma mostrou preocupação com a quantidade de dólares que têm entrado no Brasil nas últimas semanas, e na notícia veiculada na imprensa de que o Real foi a moeda que mais valorizou neste início de ano, ou seja, sua força tem deixado o mundo ainda mais preocupado.

O interessante de tudo isso é o fato de estes países de segunda e de terceira linha estarem alimentando a roda especulativa mundial. E para agravar ainda mais a situação, o mundo anda preocupado com as eleições que ocorreram na Rússia neste final de semana, onde Putin conseguiu se eleger sem um segundo turno.

Pode não parecer, mas a oligarquia mundial está cada vez mais acuada: por um lado dependente de uma China que se internaliza, por outro, de uma moeda que a cada dia ganha mais força e poder de barganha no “mundo desenvolvido” e ainda, por último, com um país de 180 milhões de habitantes (oitavo em população do mundo) onde a política só funciona quando o governo pega pesado e bate com força em seus oponentes, e só assim consegue ser respeitado por seu povo... as coisas estão no mínimo estranhas neste século XXI, sem contar que, ao que parece, o mundo tem caminhado por um caminho assustador: tivemos o verão mais quente dos últimos anos e o inverno no Hemisfério Norte, mais rigoroso, também dos últimos tempos.

Ainda há tempo para o mundo, resta saber se estamos antenados nisso, ou apenas preocupados com a onda especulativa que atinge o Globo.

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