quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Exclusão Social - Uma Reflexão!


A exclusão surge quando tomamos consciência do eu

Pode-se dizer que a exclusão social passa a existir quando o homem se põe a viver em grupo. A partir do momento em que há a montagem de uma célula social há a diferenciação. O primeiro sintoma da exclusão social é a diferença; apenas nos socializamos quando escolhemos um grupo. O próprio ato de escolha já é um arquétipo de exclusão social, pois é aí que tipificamos nossos hábitos.

Para se escolher participar de um grupo social, automaticamente, levantamos algumas características em comum, do outro para conosco. Caso não consigamos fazer este levantamento, o outro torna-se, de fato, um outro-do-lado-de-fora de nosso grupo escolhido. Todo aquele que foge a essa escolha, consequentemente, está fora de nossos tipos ideais. A tendência de buscar tipos ideiais é o primeiro sintoma de nossa exclusão social, ainda no seio de nossos grupos de diferenciação - ainda mais quando sabemos que o tipo ideal nada mais é que, uma ilusão daquilo que não podemos ter, sem jamais atingirmos.

Um indivíduo que não faz parte daquilo que considero ideal é um indivíduo que não reconheço; assim se dá o discurso dos grupos que, de forma automática, acabam criando seus tipos de gregariedade, bem como seus tipos ideais.

Assim, a exclusão pode vir a partir das idéias distintas, de hábitos distintos e de modos (sejam eles da vestimenta, sejam da materialização de nossa individualidade), também, distintos. A escolha e, por conseguinte, a personificação de nossos gostos, é o primeiro passo para que excluamos o diferente. Há que se pensar numa solução?

Imagino que sim, todavia, só acontece quando reconhecemos a alteridade do outro. Reconhecer esta alteridade é ter em mente que o outro é diferente, embora participe de nosso (mesmo) grupo social.

Enfim, e não por fim, quando dizerem por aí que é o sistema e a sociedade que excluem... bem: em partes sim, só não não podemos esquecer que fazemos parte dessa sociedade, por isso, nela nos inspiramos para nossas ações e gestos. Ou seja, ela é o reflexo do que, interiormente, somos - ou do que queremos ser, como acontece em muitos casos.

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