terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

A Insustentável Leveza das Palavras


A insustentável leveza das palavras
se repete no que elas têm de mais puro,
a gana presente de preencher lacunas.


Sua sobrevivência está nas hábeis mãos
de escrevinhadores que percebem
tal leveza e as carregam com mãos calejadas
no ombro da pérfida sustentabilidade,
que mesquinhas, se mostram pesadas.


Seu peso está no subjetivismo de
variadas letras repetidas, por não
saberem que existe um universo palavresco
nas mãos de um poeta menor, que as
repete para poder afirmar seu
analfabetismo de voláteis tempos escritos.


Os hieróglifos de tais códigos
escondem o profundo peso de
tão sustentável leveza...


Em papéis escusos as reprimidas palavras
se inserem no escorrer diário de sua nobre criação,
uma criação que a cada dia se concebe,
como deusa nos louros reais de sua essência.


Guardo em mim o odor aprazível de
uma insustentável leveza que,
em formas palavrescas sustentam
o nobre ato de bailar das palavras em festa.


Sua música me chega aos tímpanos
como uma melodia, que codificada
em palavras, se concretizou na
forma de um versar inquieto.


Inquieto vivo..., palavras povoam meus versos.


18-01-1999

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