sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Deus e a Serenidade... sua Maior Revelação!


O grande mistério que envolve Deus é sua revelação, exatamente por isso sua pessoa se institui nos locais mais enigmáticos e nos momentos mais terríveis, também por isso sua presença, mesmo distante de nossa visão por algum tempo, ainda nos comove e nos incomoda, bem como nos acomoda também, este é seu mistério. As situações da vida nos aproximam deste ser, nos coloca perante ele mesmo sabendo que ele sempre esteve por perto, mesmo sabendo que seu trono pode ter ficado vazio por um tempo, mesmo sabendo que sua presença pode ter passado desapercebida. E aí não o vimos, situação que nos traz a tormenta, a sublimação e a serenidade, e eis que como uma luz ele se nos revela, apesar de sempre ter estado por perto. Mas, mais que isso, junto com a serenidade nos aproximamos de Deus, sentamos junto a ele no trono, e nos colocamos frente a frente com ele, como iguais, apesar de algumas instituições pensarem isso como uma blasfêmia... aliás, até mesmo na blasfêmia ele se nos apresenta, nos deixando ainda mais intrigados.

Nosso maior problema é quando buscamos ele em locais errados, no entanto, também nestes locais sua pessoa se faz presente, também nestes locais sua resposta se apresenta, e nossa vida pode receber, ou não, esta sublimação. Se houve transformação, houve sublimação e serenidade... e sua principal morada é a serenidade.

Assim, sua onipresença pode nos deixar estarrecido, principalmente quando o procuramos em locais que, habitualmente, nossa mente e coração não concebem, por isso a cicatriz de nossa vida, e por isso também a busca constante por esta serenidade..., e, assim, os momentos ruins nos aproximam bastante deste ser, deixando-nos serenos perante a realidade da vida, porém, incomodados..., incomodados com a vida.

Muitos podem não buscá-lo nos meios convencionais (como as igrejas, por exemplo), como também podem ir nestes locais e não o ver devidamente (visto que um grande véu cobre nossa mente e nos deixa inebriados por algo que não convém, neste momento em específico), pois a mente está enevoada e a penumbra persiste. Por isso mesmo, ainda falta muito para entendermos o quanto nossa religiosidade está acima das religiões, sejam elas quais forem, e ainda mais, para compreendermos o que ele é realmente, e o que deseja de nós. E é este sentimento de religiosidade que nos coloca diante dele, mesmo sem sabermos se ele é realmente aquilo que a instituição determinou, ou se nossos olhos realmente estão vendo isso.

Por isso mesmo, nossa busca deve se concentrar em todos os momentos, mas será nos momentos difíceis que mais nos aproximaremos do encontro. Nos momentos difíceis é que essa nossa religiosidade se aflora e nos comove... assim, alguns são convertidos, outros são iluminados, ainda outros são colocados à prova. Aí sim, neste momento de convocação, nossa mente e coração estão preparadíssimos para conceber... seja sua força, seja sua ira.

Dessa forma, o importante, neste momento de serenidade, é saber receber bem estas emanações e como elas podem ser um instrumento de transformação em nossa vida. E creio que a grande transformação esteja justamente em poder encontrá-lo mais de perto, estando, para isso, mais longe de seu centro, mais longe de sua morada.

E, nesse sentido, as religiões são justamente este centro irradiador e nevrálgico, daí elas fazerem tanta diferença em nossa vida, como sei que pode fazer na de quaisquer pessoas, como também pode não fazer tanta diferença, visto que a serenidade já habita o ser, ou seja, a morada está ocupada, junto com ele... e as dificuldades da vida são justamente as emanações as quais me referi, e pelas quais precisamos saber passar.

Acho que é assim que as coisas são...
(Homenagem a uma amiga de longa data: para você QTP)

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