segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Pra Que Serve a Consciência Democrática?


A democracia cria-se, enquanto necessidade, no momento em que o rebanho busca a consciência - aquela mesma que nos fez nos aproximar do outro - para tornar-se ser gregário. Daí ela surge como uma forma de fazer com que os espíritos livres e fortes se submetam à fraqueza do sistema. Por isso a democracia passa a ser farsa, ou mesmo mecanismo de raças inferiores.

O que é proveitoso para o grupo constitui o valor e caracteriza o utilitarismo de tais crenças - a crença de que a consciência, ou mesmo a sociedade, precisa da democracia. O homem é o criador de valores, mas se esquece de sua criação, deixando de lado sua responsabilidade para consigo mesmo, e para com a sabedoria. A moralidade é o instinto gregário do indivíduo, surgida com a consciência do grupo. Quem é punido é aquele que pratica certos atos, distintos dos atos do grupo.

Na sociedade, existem os instintos de rebanho, advindos da consciência gregária, como nos relata Nietzsche em A Gaia Ciência, no seu aforismo número 354. Em face disso, atribuem-se às palavras um sentido fixo e acha que este sentido espelha a realidade (é o caso da noção de consciência e, automaticamente, também da noção de democracia), que tem caráter transitório, ao menos deveria ter. O homem chega, pelos costumes, à convicção de que é preciso obedecer, pois sua consciência gregária assim o instrumentalizou. No inverso disso, existe o prazer, a autodeterminação, o assombro advindo da natureza e a liberdade de vontade. E a consciência, tão-somente, se consolida no panorama humano devido sua eficácia frente ao "mundo exterior". E Nietzsche no aforismo citado acima, dirá que: Consciência é propriamente apenas uma rede de ligação entre homem e homem – apenas como tal ela teve de se desenvolver: o homem ermitão e animal de rapina não teria precisado dela. Como forma de se abster de seu mundo interior, o da assombrosa existência, o homem criou um mecanismo que leva nome de interioridade, mas é, somente, necessidade de grupo; por isso sua eficácia perante o "mundo exterior".

É quando a democracia entra com sua força, fazendo com que os fracos submetam os fortes. Até mesmo as noções de verdade e moralidade são contaminadas pelo conceito democrático. Concordando com Clio - e olha que ela está aí há tanto tempo que nem nos damos conta de seu passar - constatamos que a democracia, para constituirmos uma estirpe de homens valorosos, e não valorantes, deveria ser abolida. Iria ainda mais longe, deveria ser estirpada da face da Terra, colocando em seu lugar uma gestão autocrática, autônoma e real.

Em um aforismo póstumo de Nietzsche, de número 35 [9], vol. 11, KSA, temos a seguinte assertiva, o que apenas confirma a possível necessidade da democracia: Esses bons europeus, que nós somos: o que nos distingue dos homens de pátrias? Primeiro: somos ateístas e imoralistas, porém apoiamos, de início, as religiões e morais do instinto de rebanho: a saber, com elas prepara-se uma espécie de homem, que tem alguma vez que cair em nossas mãos, que tem que desejar nossa mão.

Este mesmo ser desejante, em ficar na nossa mão, é o ser de rebanho. E é justamente para ele que cria-se a democracia, bem como a religião e a moral, nos moldes da própria democracia. Temos a necessidade de dominar, não de fazer com que o outro tenha voz. Se assim fosse nem mesmo a consciência seria criada. A dominação é o fundamento básico da democracia, por isso a democracia é tão importante.

Continuando com Nietzsche: Para além de Bem e Mal, porém exigimos a incondicional postura sagrada da moral de rebanho. Reservamos para nós muitas espécies de filosofia, que é necessário ensinar: sob certas circunstâncias, a pessimista, como martelo; um budismo europeu poderia talvez não ser prescindível. Nós provavelmente apoiamos o desenvolvimento e amadurecimento da essência democrática [escrito em alemão da seguinte forma, e pelo seguinte motivo, respectivamente: des demokratischen Wessens, e que nos denota o seguinte sentido; essência no sentido de comunidade, ser-comum, sociedade; dessa maneira, a expressão indicaria comunidade, ou sociedade democrática. E como exposto acima, com uma íntima relação com a noção de consciência]. Ela configura a fraqueza da vontade: nós vemos no 'socialismo' um aguilhão, que em face da confortabilidade [fala de igualdade de condições. Não há igualdade de condições entre os seres humanos, se assim fosse poderíamos viver muito bem com a democracia. Há sim a necessidade de dominação].

E imprescindível que nos atentemos para o seguinte. A democracia, tal como a conhecemos, não é democrática. Sua genealogia mostra que sua existência se dá por uma necessidade utilitária.

ABAIXO A DEMOCRACIA!!!!!

VIVA A ANARQUIA!!!!!

VIVA OS HOMENS FORTES E DE ESPÍRITO LIVRE!!!!!

Apenas eles poderão dormir na cama de Clio, bem aos moldes de Dionísio!!!!

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