quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Pensamentos Soltos V




Como Rousseau?

A filosofia rousseauniana traz um elemento de fundamental importância para entendermos a eficácia de exploração do saber e como o mesmo nos traz uma melhor condição de lidarmos com os quehaceres da sociedade capitalista e de seus produtores de saber. Sob a égide de um pequeno grupo acabamos nos tornando cada vez mais reféns de algo não pertinente a nós, visto que, este pequeno grupo, dita elite política e intelectual (apesar dos Tiriricas de Brasília), sempre faz para si mesmo e jamais para a consecução de algo coletivo... como deveriam fazer. Infelizmente, quando o poder político fragmenta a cultura, ou de certa forma cria "culturas inferiores", fragmenta também nossa identidade, enquanto seres produtores de conhecimento também. Um país onde a maioria absoluta da população não tem acesso à cultura de uma forma geral (e aqui estou me referindo da cultura produzida pela elite intelectual do país) e como um todo, nem querem ter, imagino que seja a concepção política que separa estes segmentos sociais, nos colocando longe da produção universal como um todo, mas principalmente, somos nós mesmos que buscamos nos distanciar de algo mais profundo. Penso que seja possível trabalhar esta ideia de modo crítico, ou seja, refletindo os tipos de cultura de massa produzidos pelos meios sociais (principalmente aqueles vinculados à comunicação social e à mídia em geral), meios que mais massificam do que possibilitam uma consciência mais crítica. É necessário averiguarmos o interesse político de quem está produzindo o quê, tentando entendermos quem está conduzindo tal processo. Não dá para dissociar política de cultura, pois a cultura enquanto formação do indivíduo é fruto de uma decisão de poder, afetando diretamente nossa vida, mesmo quando não queremos. Na medida em que pensamos a cultura como processo de conhecimento, aliás, de produção de conhecimento, e como resultado de conjunto das relações humanas consigo mesmo, a decisão seria reavaliar estes conceitos. Cultura para quê e para quem, ou ainda, como podemos produzir algo que nos faça mais dignos e identitários que já somos? O que há de mais cruel ainda é que todos os progressos da espécie humana acaba nos distanciando de nosso ser primevo. E quanto mais acumulamos conhecimento, ainda mais nos afastamos de nós mesmos e nos direcionamos ao mundo e, de forma automática, também do outro.

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