terça-feira, 17 de março de 2009

Crônicas do Futebol II

Pita, um jogador torcedor

Se todo brasileiro que se preze sonha algum dia em ser jogador de futebol, eu, que não fujo a regra, sonhava em ser o Pita do São Paulo, jogador ágil, habilidoso e inteligente, além é claro, de ser tímido, como eu.

Enquanto os meus colegas, quando jogávamos em nossos “contras” e peladas periódicas, diziam a cada lance que eram Careca, Zico, Sócrates, Maradona, Platini, Paolo Rossi, Matheus, Miller, Taffarel, eu; simplesmente, era o Pita. Para mim, ele era o melhor, o mais clássico e o mais interessante jogador do futebol brasileiro dos anos 80.

Muitos seriam os motivos que me levaram a incorporar o Pita em nossas peladas. A timidez do jogador nas entrevistas, as raríssimas chances que teve na Seleção, suas grandes jogadas e gols... Lembro, porém, de alguns lances e momentos inesquecíveis. O golaço, é óbvio, do Pita contra o Palmeiras em 1985, naquele jogo que terminou 4 a 4, no qual ele foi o melhor jogador em campo.A raspadela de cabeça na final do Brasileiro de 1986 que deu a chance a Careca de empatar a partida no segundo tempo da prorrogação, jogo ao qual o São Paulo ganhou nos pênaltis.

Outros tantos jogos em que Pita foi o maestro, o jogador que quando a partida estava complicada era acionado e requisitado pelos companheiros ou visado pelos adversários.

Mas, o que eu mais lembro é de um jogo pela Copa União de 1987, jogava Santos e Cruzeiro no Pacaembu, pelo regulamento, o São Paulo, depois de uma sonora goleada no Internacional de Porto Alegre, torcia para que o Santos, que não tinha mais chance, apenas empatasse o jogo contra o Cruzeiro.

Quando, de repente, a câmera focaliza um torcedor com a bandeira do São Paulo na arquibancada, a imagem se aproximou e... quem? Pita, torcendo pelo seu time do coração e, ao mesmo tempo, para o time que o revelou para o futebol, o Santos.

Se não fosse pela péssima arbitragem de José Roberto Right que validou um gol ilegal do Cruzeiro aos 46 minutos do 2º tempo, seria uma lembrança feliz, o São Paulo teria ido a semi-final daquela fatídica Copa União, e o Flamengo, que era realmente um timaço, teria, talvez, maior dificuldade e vencer aquele Brasileiro.

Entretanto, mesmo com um final triste, a imagem de Pita, que devoto e humildemente, como um mero torcedor abraçava a bandeira de seu time na Arquibancada do Pacaembu, permanece límpida e clara na minha memória.

Um comentário:

Unknown disse...

PITA o Melhor camisa 10 que eu Vi vestir a camisa tricolor , saiu do são paulo para ocupar a vaga de Platini no Paris . e HJ eu vejo esse Merda do Neto na TV dizendo que era crack foi escurraçado do SP,Palmera, so tinha que ir para na marginal mesmo