sábado, 15 de agosto de 2009

Já Aos Sete...



Sobre Tarso...


A vida não é madrasta, é por isso que Augusto e Mátria não escondem de ninguém vossa humilde choupana. O teto, por mais simplório que pareça, constrói uma unidade para aquele casal.


A ordem dos móveis, a coerência da vida... exemplos de unidade familiar, microcosmo de uma célula bela e fértil.


Tal como a terra que aquece e umedece a semente da vida, o teto abriga e consolida a célula familiar. Quando nosso casal de heróis enterrou o primeiro torrão daquele lar, também plantou as bases de uma estrutura familiar proba e correta.


Naquele rincão, a corrupção da cidade não entraria. Um mundo exemplo de bondade e respeito, onde o verdadeiro amor é capaz, eis o mundo que Mátria e Augusto plantaram naquele torrão de terra. Este torrão de terra seria o exemplo... o primeiro de um contexto maior; o contexto do progresso e da união.


E a unidade, sugerida através de bases sólidas e corriqueiras, proporcionaria a criação desta vida. O suor diário, a labuta edificante... um mesmo cosmo de solidez e esperança.


A significação mística de humilde choupana sacralizaria a história daquela família. Servindo de exemplo aos frutos do amor familiar, apresentaria também a sabedoria dos serviços diários. Aprendizado consistente, amparado na sagrada instituição familiar, arma capaz de afastar daquela seara a contaminação do pecado, estruturando uma vida cansativa e suarenta, porém, única responsável pela consolidação da fraternidade humana.


O tempo seria testemunha ocular deste torrão puro e benquisto, e que nenhuma vergonha mundana suje os lençóis amarelecidos de sacro existir. Era obrigação daquele casal não permitir a entrada da desordem e da subversão... os valores cristãos eram os únicos doutores da pureza. O sagrado... carro-chefe da existência.


Unidade e ordem são os sinais do tempo, este infinito e imortal, presidido pelo Ser Supremo do Universo; Deus único que doou Seu filho aos martírios do homem, para libertar a humanidade, permitindo-lhe a redenção, perdida após a maldição de Adão. Já dizia um pensador medieval: Tudo aquilo ajustável à convicção pessoal é pecado, logo, o trabalho deve ser encarado como redenção deste pecado. Se o homem nasce pecador, faz-se mister expurgar do espírito tão grave maledicência, eis porém, o motivo da ressurreição de Cristo... expurgar os pecados da Terra.


No entanto, o homem ainda é muito vil; para que saia dessa vileza de espírito, deve-se dispor, incondicionalmente ao castigo referendado por Deus... o trabalho, se tínhamos tudo e não soubemos dar valor, temos que resgatar nossa sina, uma vez que ela conferirá a liberdade... transpiração e louvor.


Neste espírito de louvores cristãos e orações diuturnas nasce a criança Tarso. Bebê forte e com os mesmos preceitos morais de seu pai. Forte senso de justiça, labor e ordem. Já aos 7 anos de idade acompanhava o pai no roçado, bendita sorte aquela, pois seu pai não teria muitos anos de vida e (a contar daquele dia fatídico), entretanto, a família era volumosa.


Caberia ao jovem Tarso zelar por seus irmãos mais moços. Mesmo em imberbes anos sua presença era indispensável na lida. Muitas bocas, grande responsabilidade e poucos braços.


Mátria, nova chefe da família acompanharia nosso herói até o roçado, enquanto a irmã mais velha (8 anos apenas) cuidaria das outras crianças. Uma vida que surge esguia e uniforme. Uma criança e outras crianças... reflexos da responsabilidade à porta.


Um morte trágica, porém justa... Augusto, pai exemplar, marido honesto, cansado do trabalho fatigante resolvera descansar sob a frondosa gameleira. Tempo fechado... raios e trovões riscando os céus. Uma escuridão momentânea e definitiva, um raio, uma vida... seria castigo? Pode ser, mesmo que o cansaço nos subordine, não podemos largar o labor... um momento de descanso... uma eternidade para descansar..., é a morte sorrateira e justa. Deus e Sua justiça divina, a vida eterna e o paraíso perdido. Finalmente Augusto poderia voltar ao seu mundo... seu verdadeiro mundo, estupidamente arrancado por suas próprias mãos... o Criador chamou a criatura de volta...


Seu ciclo se encerrou!


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