sábado, 24 de janeiro de 2009

A ETERNA PROCURA DE ALGUÉM

Um vento soprou a minha orelha e,
um hálito gostoso invadiu meu corpo
dando-me pernas para correr.

À porta do meu descanso
uma voz me sorriu uma nova melodia.

À porta do meu descanso
eu estava cansado.
Desci as escadas
e o escuro se desfez.
A luz que penetrou
dominou meu ser
e da roupa que caiu do chão (uma de cada vez),
eu me vi em pedaços.

Arranhando os telhados da minha consciência
Eu senti a chuva
Lavei minha alma e o que saiu do meu corpo
transformou-se em enxurrada
que levou todas as casas à minha volta.

Fiquei sozinho

E a solidão povoou meu ser
como mil vozes alucinadas num show do Kiss.

Pedra por pedra construí um muro
e nada mais passou para dentro de mim
e nada mais saiu.

Entretanto, um dia o sol pálido bateu em mim
e me fez uma sombra
e o grito expressionista foi pouco para dizer o que senti.
Aquele dia a noite se eternizou.

Meu orgulho caiu no chão como uma moeda de 1 centavo
apressado, nem quis saber quanto era.
Agora,
existe alguém me esperando
eu corri contra o tempo
que era medido nas batidas
do meu coração.
E o sorriso que me esperava
trazia a aurora de novos dias.


início de 1998

Nenhum comentário: