O mundo tem andado à revelia da China, mas ao mesmo tempo,
olhando para as coisas que acontecem em Beijng. Um exemplo bem simples foi o
editorial da Folha de São Paulo deste
domingo (04/03/12), onde o editor deixa clara sua preocupação sobre os rumos
que a economia mundial (em especial a deste gigante oriental) tem tomado, ainda
mais quando a China se prepara para seu próximo Congresso Nacional do Partido
Comunista. Congresso no qual se discutirá a nova política econômica e social da
China para a próxima década, além da escolha de seu novo presidente.
Mais que isso, existe a preocupação, por parte do governo
chinês, em reduzir o crescimento de seu PIB, de 9,2% ocorrido no ano passado
para 7,5%, previsão deste ano. Há uma clara linha do Congresso em direcionar
este crescimento para o ambiente interno, tentando "atenuar o desequilíbrio e a descoordenação e
abordar pressões sobre emprego, desenvolvimento da agricultura, aumento de
renda dos camponeses, excesso de capacidade produtiva de certos setores e
desmesurado consumo de energia", como ressaltou Wen Jiabao em
seu último discurso.
Esta nova tendência tem deixado o mundo “desenvolvido”
em polvorosa, ainda mais num momento em que uma crise de proporções gigantescas
estremece a zona do Euro, cabendo a países outrora “de segundo plano” redirecionar
a economia mundial de uma forma bem “jeitosa”, diga-se de passagem. E isso tem
sido uma preocupação recorrente também aqui em nosso lado.
A própria presidenta Dilma mostrou preocupação com
a quantidade de dólares que têm entrado no Brasil nas últimas semanas, e na
notícia veiculada na imprensa de que o Real foi a moeda que mais valorizou
neste início de ano, ou seja, sua força tem deixado o mundo ainda mais
preocupado.
O interessante de tudo isso é o fato de estes
países de segunda e de terceira linha estarem alimentando a roda especulativa
mundial. E para agravar ainda mais a situação, o mundo anda preocupado com as
eleições que ocorreram na Rússia neste final de semana, onde Putin conseguiu se
eleger sem um segundo turno.
Pode não parecer, mas a oligarquia mundial está
cada vez mais acuada: por um lado dependente de uma China que se internaliza,
por outro, de uma moeda que a cada dia ganha mais força e poder de barganha no “mundo
desenvolvido” e ainda, por último, com um país de 180 milhões de habitantes
(oitavo em população do mundo) onde a política só funciona quando o governo
pega pesado e bate com força em seus oponentes, e só assim consegue ser
respeitado por seu povo... as coisas estão no mínimo estranhas neste século
XXI, sem contar que, ao que parece, o mundo tem caminhado por um caminho
assustador: tivemos o verão mais quente dos últimos anos e o inverno no Hemisfério
Norte, mais rigoroso, também dos últimos tempos.
Ainda há tempo para o mundo, resta saber se
estamos antenados nisso, ou apenas preocupados com a onda especulativa que
atinge o Globo.
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