Sobre a mera
teoria de tornar o conhecimento um instrumento de poder, um exemplo
longinquo pode ser Isócrates, que tinha uma habilidade enorme
de persuasão, uma retórica muito benquista pelos gregos
e pelas necessidades da pólis.
Para aquele povo, pode-se dizer que seu conhecimento estava
baseado em situações de vida, em experiências de
debate na pólis, que para aquele momento e aquela
situação, era o conhecimento desejado. Resta saber se
este desejo era bem visto por todos, como o é hoje a posse do
conhecimento por alguns.
Mas, mais do
que isso, a partir do momento que você adquire uma certa
teoria, num primeiro instante ela é utilizada para prepará-lo
a exercer alguma função. E o conhecimento nos dá
estes instrumentos. Levar isso a exercer algum poderio sobre o outro,
aí já é outra situação; e é
onde começa o problema.
Uma
referência bem simples é o capitalismo, que se utiliza
de seu poderio para forçar as pessoas a seguir sua prática,
ou se faz isso, ou se fica excluído. Resta saber qual situação
é mais trágica, o conhecimento como instrumento de
poder, ou a falta de conhecimento como instrumento capitalista de
exploração e perpetuação.
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