Como
Rousseau?
A
filosofia rousseauniana traz um elemento de fundamental importância para
entendermos a eficácia de exploração do saber e como o mesmo nos traz uma
melhor condição de lidarmos com os quehaceres da sociedade capitalista
e de seus produtores de saber. Sob a égide de um pequeno grupo acabamos nos
tornando cada vez mais reféns de algo não pertinente a nós, visto que, este
pequeno grupo, dita elite política e intelectual (apesar dos Tiriricas de
Brasília), sempre faz para si mesmo e jamais para a consecução de algo
coletivo... como deveriam fazer. Infelizmente, quando o poder político
fragmenta a cultura, ou de certa forma cria "culturas inferiores",
fragmenta também nossa identidade, enquanto seres produtores de conhecimento
também. Um país onde a maioria absoluta da população não tem acesso à cultura
de uma forma geral (e aqui estou me referindo da cultura produzida pela elite
intelectual do país) e como um todo, nem querem ter, imagino que seja a
concepção política que separa estes segmentos sociais, nos colocando longe da
produção universal como um todo, mas principalmente, somos nós mesmos que
buscamos nos distanciar de algo mais profundo. Penso que seja possível
trabalhar esta ideia de modo crítico, ou seja, refletindo os tipos de cultura
de massa produzidos pelos meios sociais (principalmente aqueles vinculados à
comunicação social e à mídia em geral), meios que mais massificam do que
possibilitam uma consciência mais crítica. É necessário averiguarmos o
interesse político de quem está produzindo o quê, tentando entendermos quem
está conduzindo tal processo. Não dá para dissociar política de cultura, pois a
cultura enquanto formação do indivíduo é fruto de uma decisão de poder,
afetando diretamente nossa vida, mesmo quando não queremos. Na medida em que
pensamos a cultura como processo de conhecimento, aliás, de produção de
conhecimento, e como resultado de conjunto das relações humanas consigo mesmo,
a decisão seria reavaliar estes conceitos. Cultura para quê e para quem, ou
ainda, como podemos produzir algo que nos faça mais dignos e identitários que
já somos? O que há de mais cruel ainda é que todos os progressos da espécie
humana acaba nos distanciando de nosso ser primevo. E quanto mais acumulamos
conhecimento, ainda mais nos afastamos de nós mesmos e nos direcionamos ao
mundo e, de forma automática, também do outro.
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