Aristóteles
associa a alma com nossa capacidade de conhecimento, nossa relação com a produção de conhecimento, mais precisamente. Desta forma, a
investigação sobre a alma é importante por ser,
ao mesmo tempo, investigação sobre a capacidade humana
de conhecimento e sobre como o conhecimento intervém no dia-a-dia de nossos afazeres.
Para
a Filosofia, e mais precisamente para Aristóteles, alma
é aquilo que organiza a vida e, no caso humano, constitui o
princípio do pensamento, é aquilo que faz com que todo
o ser do homem seja organizado; e que, além de organizado, seja coerente. Uma aproximação menos
arriscada seria a de dizer que essa alma
dos gregos está mais próxima do que hoje nós
chamamos de inteligência; quer dizer, é aquela
capacidade humana de resolver problemas por meio da razão, do
pensamento abstrato, da memória, da analogia e de todos os
atributos mentais que usamos. Nesse caso, podemos dizer que a
inteligência se aproxima daquilo que é o principal
atributo da alma:
o intelecto.
Além dos atributos da alma, sua relação com o fazer humano se encontra, ainda conforme Aristóteles, com o uso da experiência, logo, o uso da
experiência pode ser de grande valia para a produção
da ciência e do conhecimento, por outro lado, uma experiência
sem respaldo teórico é meramente repetição
(isso em se falando nos dias de hoje, com a noção um
pouco diferente daquela empreendida por Aristóteles), nesse
sentido, eu diria que a arte precisa de algo mais profundo, bem como
a ciência também, apesar de sabermos também que
sem a experiência, tal como apresentada por Aristóteles,
não se faz arte nem ciência. Sua profundidade não
se traduz apenas em experiência (que pode apresentar também
tábula rasa de alguma situação), mas em se
utilizar da experiência para ir mais a fundo.
Desta
profundidade podemos dizer que se constrói a ciência e a
arte, visto que ambas não são obra do acaso, nem
tampouco do mero acerto sem pensar. As consequências do
conhecimento estão em sempre colocá-lo à prova,
daí o uso do raciocínio junto à experiência;
e não somente esta última, desligada do raciocínio.
Que a repetição da experiência não se
traduza em raciocínio profundo, mas em complemento para que o
raciocínio profundo apareça. Mais que isso, quando
afirma que a experiência deriva da memória,
automaticamente, Aristóteles está dando um grau de
maior valia à mesma, colocando-a lado a lado com sua noção
de alma, ou seja, sua noção de intelecto.
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