A perspectiva
da moral nietzschiana
Vamos, agora, intentar uma leitura da problemática ética a partir dos
pressupostos da filosofia do autor alemão Friedrich Nietzsche e a forma
peculiar com que ele lida com a situação. Como veremos, a discussão se firmará
muito contraposta às conclusões observadas no pensamento de Aristóteles, em que
a moralidade e a ética estão dispostos sob o jugo da razão, e isso é importante
para mostrarmos como um mesmo problema pode ter, em Filosofia, tantas e tão
diversas interpretações, sendo todas elas complementares a si mesmas e, como
tal, necessariamente, dependentes umas das outras, visto que a filosofia, tal
qual seus preceitos, pode ser pensada como uma construção humana.
Nietzsche e o método genealógico na Filosofia; moral, valores, conhecimento, verdade, direito, leis são vistos pelo
filósofo como invenções do caráter humano; importante crítico da filosofia ocidental e da moral ocidental, baseada
na religião cristã.
Grandes obras
do pensamento nietzschiano
Quase toda obra filosófica de Nietzsche volta-se para as discussões
morais, em maior ou em menor teor. Assim, decidimos destacar algumas que devem
auxiliar a compreensão desse complexo pensamento:
Para além do bem e do mal
Para a genealogia da moral
Crepúsculo dos ídolos
Sobre verdade e mentira no sentido extramoral
A origem da tragédia
Ecce homo
A valorização
nietzschiana dos instintos
Um ponto a ser exaltado primeiramente nessa filosofia é seu caráter de
busca da valorização dos instintos e impulsos inconscientes como forças vitais
do ser humano. Para Nietzsche, o vigor humano está presente nessas
características, postas em segundo plano pela demasiada crença na razão como
elemento central do homem.
É por isso que muitos denominam esse pensamento como uma filosofia da vida,
do homem completo.
É essa valorização a assinatura da filosofia nietzschiana e é por aí que
podemos iniciar o entendimento de sua crítica à moral ocidental que parte da
filosofia grega.
Sócrates inicia a ideia na filosofia grega de que a verdade e o bem
devem residir num plano exterior ao do devir sensível, numa esfera puramente
conceitual.
Platão, desenvolvendo por completo esse juízo, marca a existência de
dois mundos para explicar a realidade:
O mundo sensível, ilusório, o mundo das experiências sensíveis e que é
imperfeito e não verdadeiro.
O mundo inteligível, das formas perfeitas, verdadeiro, no qual residem
as essências únicas das cópias do sensível.
Nenhum comentário:
Postar um comentário