Nietzsche
escreve um ensaio, Sobre Verdade e Mentira no Sentido Extra Moral,
no qual explora o lado gnosiológico, de origem e fundamentação do conhecimento.
O conhecimento é uma ilusão, a única relação do homem com o mundo possível é a
estética. O conhecimento típico do homem, que assimila o mundo à sua
perspectiva. Existem os instrumentos do conhecimento (categorias e linguagem) e
seu produto, o mundo percebido. Uma das perspectivas que aprecem em Nietzsche é
noção de que o instinto da conservação da espécie é a responsável por muitos
atos. O conhecimento é útil à preservação da vida, e é também o objetivo de
todos os líderes religiosos.
O
conhecimento não é transcendente, o homem é criador de seus valores. O homem
interpreta e dá um sentido humano às coisas, o resultado é o mundo articulado.
O conhecimento foi inventado em um minuto, em relação aos cosmos, pelo homem.
Foi um minuto mentiroso. A verdade é procurada para ser válida e comum e a
linguagem dá as primeiras leis da verdade. A verdade e a mentira seriam relativas,
válidas para o ponto de vista humano.
No
processo de antropomorfização do mundo, o reduzimos e generalizamos. Por
exemplo, ao estereotiparmos folha, ignoramos qual folha é verdadeira e válida.
Não existe na natureza a folha, elas são bilhões de folhas. Nietzsche observa
os humanos de longe, e não o considera um ser privilegiado. Um dos pontos
principais de sua obra é a crítica aos valores judaico-cristãos.
O
homem não é divino. Necessita sobreviver e dominar, na história estão presentes
a vontade de poder, de dominar. O destino de um homem não é tanto assim,
afinal, o sistema solar é apenas um ponto. O homem se apega à mentira do
conhecimento como se sua filosofia ou ciência explicasse realmente o mistério
cósmico.
São
invenções o conhecimento, a moral e a metafísica. No século XVIII caíram as
teorias de origem divina do homem. Mas existe o idealismo metafísico, o homem é
divino, a Terra é escolhida.
Para
Nietzsche, o homem está sem Deus, sem causa transcendente. O conhecimento é
ativo e submisso à vida. O mundo que tem valor é o que criamos ao perceber.
Nossas verdades são ilusão.
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