quarta-feira, 30 de abril de 2008

É o Neoliberalismo... de Novo!!



Há ainda a defesa do fim e não-defesa do não-fim. São defesas que apenas reforçam o que querem que creiamos (ideologias são niilismos, mesmo quando sua carapaça ultrapassa o conceito de ideologia... crêr é ideologizar algo; quem crê, segue). E para crêr, é necessário ter... Quem sabe um dia não teremos. Ademais, vale a pena ler o artigo seguinte: http://donadaumblog.wordpress.com/economia/nao-basta-criticar-o-modelo-neoliberal/, apenas dá luz e coloca nossos neurônios em ordem. Mas, pessoalmente, sendo o fim ou não... ainda continuaremos vendo sua carcaça andando por aí. Até para nos lembrar. Uma cicatriz mostra o quanto nossa dor foi longa, ainda sendo visível a olhos nus!!! O rei ficou nu, ou não conseguimos enxergar o que ele vê?

Se o enxergamos é porque andas por aí, ainda em andrajos, mas sempre à vista!!

É curto, mas é necessário!

Experiência do Nada ou Contexto de Mundo?


Uma Quase Resenha...


Guy Van de Beuque em Experiência do Nada como Princípio do Mundo, nos afirmará que o sentido do ser pode não ser uma matéria da ciência e, como tal, de difícil significação, mas sempre foi, e será, o fundamento e o horizonte que lhe dão o contorno de seus limites – limites que nos são importantes para fazer-nos compreender o local que, hipoteticamente, estamos sondando, ou ainda, o local onde estamos situado. E como contorno, jamais núcleo ou centro, sua significação apenas nos advém a partir de seus limites.

E, como sabemos, estes limites nos serão dados no contato com a natureza e seus elementos de significação cognoscente; seja por meio da experiência, da empiria, ou por algum sintoma da metafísica.

E aqui há uma menção clara ao devir de Heráclito de Éfeso, pensado por Olímpio Pimenta em A Invenção da Verdade, interpretando Nietzsche, ao considerar a crítica da ontologia: Considerando em conjunto a crítica acima esquematizada, fica claro que, para Nietzsche, as expectativas metafísicas em torno da permanência só podem pretender justificar-se na medida em que se reconheçam como negócio exclusivamente. Assim interpretadas, não são substrato, princípio ou sustentáculo de qualquer realidade, mas, diferentemente, são marcas da relação do homem com o mundo, sintomas de um tipo especial de leitura ou apropriação das coisas efetuadas em função de impulsos e interesses particulares da espécie. Sua conexão com a verdade depende de seu proveito vital, de seu valor ou não para a vida dos grupos que as instrumentalizaram nos trabalhos inerentes à sua existência concreta.

Razão e metafísica, nesse contexto, têm uma proximidade muito grande, desde que não haja uma interferência externa, ou seja, advinda da experiência. Mesmo porque, pretender pensar esta natureza, ou mesmo este ser como a algo permanente, em justa medida, é comprometer o real núcleo deste conhecimento. Se, por um lado, apenas o vemos dentro de seu limite, aliás, apenas o vemos em seu limite, compreendê-lo dentro de uma ontologia inerte, ainda mais, torna-se mero sistematizar.

Afirmação essa que não significa que este saber esteja totalmente amparado na razão, ou tão-somente na metafísica, mas nesta, ou naquela – e em ambos elementos, fazendo-nos, inclusive, repensar o termo metafísica –, e nos sentidos, isto é, também nos instintos (talvez aqui a noção de inato tenha uma re-significação, visto que, por inato seria, justamente, penso eu, uma natureza subjetiva que está no homem, e advém dele a partir de certos impulsos ou reflexos).

terça-feira, 29 de abril de 2008

Das ist Nietzsche!




Para os amigos da Alemanha...

Friedrich Wilhelm Nietzsche, Jahrgang 1844 in Röcken, ist Lehrer auf dem Filologie und Filosofie gewesen. Er ist viel zen Bücha geschrieben. Normalweise sagt es diesem Bücha dem Genealogietheorie, dann themes wie Moral, Geschichte und dem Mann.

Der Mann, für Nietzsche, hat ein lang Aufgabe. Er musst sich mit der Zukunft ausseinandersetzen. Er musst ihnen Erkennenden zum Moral machen.

Mit Recht hat man gesagt: 'woeuer Schatz ist, da ist auch euer Herz'; unser Schatz ist, wo die Bienenkörbe unser Erkenntniss Stehn.”

Was das Leben sonst, die sogenannten Erlebnisse angeht, die Erkennenden musst Liebe sein.

Wir bleiben uns eben nothwendig fremd, wir verstehn uns nicht, wir müssen uns verwechseln, für uns heisst der Satz in alle Ewigkeit: “Jeder ist sich selbst der Fernste”, für uns sind wir keine Erkennenden.

Das ist nur!!

Nietzsche e o Fim da Onda Neoliberal de Bresser-Pereira

Para Nietzsche, falar em Política (seja com P maiúsculo ou minúsculo) sempre foi uma aventura que vingaria e viria a se completar apenas quando colocássemos em jogo ela com uma quase-irmã sua: a Moral. E assim, o tema mais espinhento que a perpassa – e sempre perpassou (!), seja de forma pejorativa, seja positiva –, como é o caso da Moral, estaria nos deixando órfãos de explicações plausíveis, sem que não pudéssemos vinculá-la aos dias de fome das Horas de hoje – como se utilizar de uma queixa do século XIX, colocado por Nietzsche como O Niilismo Europeu, logo abaixo reescrito, ainda hoje, décadas depois?

Ou seja, não dá para desvincular o Ser do Fazer e, principalmente nos dias de hoje, do Ter; teoria que se lançada com mais espaço e mais tempo descamba no fim da consequência pós-1989 e a traumática queda do Muro de Berlim, além de um tema, ainda mais novo: defendido por Bresser-Pereira em artigo da Folha de São Paulo de 21 de abril, do corrente (http://donadaumblog.wordpress.com/economia/fim-da-onda-neoliberal/). <<Será isso sintoma da tal da Pós-modernidade?>>

Isso nos leva a crer que as grandes ideologias, seja de que lado floresceram – e quais novas virão –, já não mais dão conta das explicações do mundo, e ainda, apenas reforçam o seguinte: “Por outro lado, o mito da greve geral e da violência revolucionária só encontra sustentação numa reelaboração de Nietzsche, ou pelo menos, levando em conta suas idéias. Nesse sentido, a ação direta libertária e a autogestão pressupõem um autogoverno politicamente anti-opressor, mas psiquicamente também, exige um superego imponente. Sendo assim, a ação direta só é possível e digna se estudada, descrita e discutida quando consideramos também as contribuições da psicanálise e das anti-teorias pós-modernas”. Dessa feita, quando da referência sobre o Anarquismo, não colocando outras tantas como o Socialismo, Capitalismo, Neoliberalismo... e tantos outros ismos que nos perseguem desde a invenção da junção das letras!

Sinto que falei por demais; lançarei o aforismo §1 de Nietzsche (datado de 10/06/1887), pertencente ao fragmento de título O Niilismo Europeu, citado acima, e deixarei o leitor opinar a respeito, depois volto a falar sobre... ideologias sempre me dão nós; nunca consigo saber qual é a sua: “Quais vantagens oferecia a hipótese moral cristã? 1) Ela conferiu ao homem um absoluto valor, em oposição à sua pequenez e casualidade na corrente da [sic] vir-a-ser e do passar. 2) Ela serviu aos advogados de Deus, na medida em que deixava ao mundo, a despeito do sofrimento do mal, o caráter da perfeição – incluída aquela 'liberdade' – o mal aparecia como repleto de sentido. 3) Ela institui no homem um saber acerca dos valores absolutos e, com isso, deu-lhe o adequado conhecimento justamente para o mais importante. Ela evitava que o homem se desprezasse como homem, que ele tomasse partido contra a vida, que ele desesperasse ao conhecer: ela foi um meio de conservação; – in summa: moral foi o grande antídoto contra o niilismo prático e teórico.”

Penso que tanta elucubração do que poderia ser, e tanto tentar-explicar ideologias, acabe se dando neste fim, mostrando o quanto uma fonte comum, de dois mil anos de existência, ainda pode nos colocar em tantas Bandeiras..., defendendo e atacando sempre!

Seção - Filosofia de Boteco: Dioniso Sóbrio XVI


Aforismos: Artigo de Opinião

Um artigo de opinião é sempre um escrito interessante. A própria nomenclatura do mesmo já nos dá um certo sintoma do que estamos a encontrar pelas trilhas da escrita. Este primeiro elemento já ilustra a continuidade do tema, esta seara mitigada, campo várias vezes desbastado, embora, nem sempre corretamente – e belamente – apreciado! O quê dizer, então, de uma campina que, mesmo após tanto vento e erosão, ainda nos dá a grata surpresa de sempre nova vida?! Uma terra onde o vicejar de uma brisa dá lugar ao verdejar de um bosque... um bosque de saberes e sabores. A vida daquele universo outrora pertencente, tão-somente, ao autor em questão, e sua intimidade – tanto lingüística quanto interpessoal –, poucas vezes exposta a tantas outras intimidades, e ainda, outras intimidades coletivas, alienantes. Uma vida que se alimenta de mais vida quanto mais sabor se realoca sobre seu saber – será dele-mesmo tal saber? Aquele pensamento-sentimento que, após tanto tempo, exposto em tão espantosa miragem, ainda não se deixa verter lágrimas de assombro; ainda não se depurou em tanto mel?! Mel de outro e de outra vertente, cada vez mais mergulhado em questões, gerando ainda uma outra questão, tão interessante quanto... como interessante também seria o fator reflexivo de tão explícita exposição: quem escreve determinado escrito, em si mesmo – e no artigo –, já determina um caminho, uma linha de raciocínio e um liame de consecução, produção e reprodução. Sempre sendo uma opinião a se tomar; e em alguns casos, a se retomar. Sendo sempre uma pessoa a se mostrar... outras tantas (dentro desta mesma) a esconder, visto que – e ainda essa – muitos se utilizam de tal instrumental para apresentar uma opinião, e esconder uma pessoa... uma opinião do que ele não seria, e de que ele não teria e a qual ainda estaria construindo, como num ensaio (que de fato é um Ensaio) duma obra maior. Assim, seu Universo dança à nossa frente, e mesmo assim mantemos incólume nosso espírito de supressão: supressão da vontade, logo, supressão do saber e distanciamento do sabor. O sono profundo que nos acomete é cheio de sendas e veredas. Perdemos nosso dispositivo de suspensão e alheamento. Estamos mergulhados de saber, por isso nos deixamos afogar... Enfim, escrever tem dessas coisas; podemos propor o universo que quisermos..., e quanto ao escrito de opinião: podemos propor o nosso universo que quisermos... será mesmo nosso?!

segunda-feira, 28 de abril de 2008

Manifesto do PCP



Estão todos mortos, a overdose se encarregou de rogar ao tesão a conta do analista, e criar a orfandade de uma instituição política (ainda assim de extrema menção pessoal) que se faz por meio da dor e da libertação.

Não tem parlamentar que possa ver seu mandato extinto – pois nem mandato se conjugou a fazer. O mundo mudou sem que notássemos (ainda hoje <<21 de abril de 2008>> me falaram que o tal do neoliberalismo caiu por terra; será que isso, a um prazo mais curto é possível?), restou-nos o muro em frangalhos e um varal de camisetas de time de futebol – acho que vou começar uma coleção.

A vida que se fazia na ideologia virou ideologia que não se vive, nem nos faz vida. Vivemos sim, mas à busca de uma ideologia que nos encaixe, sem que nos coloque fora de eixo e fora de ser... e sempre só – a solidão é uma canoa, e estamos navegando sem saber em qual das três margens desembarcar –; vivemos procurando alguém. Nem por isso a vida deixa de seguir (será que é nós que a seguimos?)... apesar de caminhar com muletas; muletas que foram, solidariamente, doadas pelo Tempo... o Tempo da Morte... a morte dos sentimentos e das ideologias sentimentais..., meu coração está partido e sua fissura me coloca no meio do caminho sobre uma linha entre dois lados; e abaixo de mim encontra-se o profundo abismo da perda.

O papel que representamos apenas se encarrega de dar um plano (meio non sense) ao nosso partido, aliás, à nossa partida; um partido já partido de amor e sentimento... sentimento que buscamos para não perdermos o resíduo de algo já perdido, mas ainda com pequenos lumes de luz.

O partido que criamos só tem um estatuto, aliás, tão-somente um artigo: preencher um coração ainda incompleto, partido por excesso de tesão e falta de comunhão.

Os corações partidos agora podem se unir, e mostrar ao mundo que seu partido; mesmo não sendo institucionalizado, é o maior do mundo (e está há mais tempo no poder que o Partido Colorado do Paraguai; será que isso se acaba hoje?).

Apesar de aqui estarmos, nossa fronteira não existe, e o mundo é uma comunidade só... comunidade de corações partidos...

Bem-vindo ao Partido dos Corações Partidos!!

P.s.: Não se esqueça Clio, quero publicado o Manifesto do PCP!

terça-feira, 22 de abril de 2008

Ação Direta

Como os pensamentos e as práticas da ação direta atravessaram os diferentes militantes e se propagaram em diversas direções?

Talvez a pergunta correta a se fazer não seja como, mas o que constitui este atravessamento que liga diversos e diferentes indivíduos a direções e projetos semelhantes, quiçá, comuns?

A ação direta é uma recusa de uma via política saturada. É o método da autogestão, isto é, constitui-se na própria autogestão em movimento. É estratégia que põe a “máquina de guerra” em ataque, que impõe a luta de dentro para fora, uma implosão (uma guerra política ou uma política de guerra): desgastando, corroendo, minando as forças do Estado capitalista.

É um vírus que contamina, espalha e dá ânimo ao instinto de revolta adormecido. Trata-se da capacidade humana de se indignar. É o móvel bélico que ocupa/desocupa espaços e não-espaços, imprevistos, que escapa e desaparece quando é contra-atacado e ressurge, na invisibilidade do disfarce e da camuflagem, onde o Estado policial ainda não controla, é a ação que se antecipa ao controle, o ludibriando, que finta a marcação da tática disciplinar. Enfim, a ação direta cria o novo, o inesperado, o “milagre” na repetição, no provável, no determinado. A ação direta é uma sensibilidade do inconformismo, um uivo de agonia, um espasmo de ira, uma recusa à uniformidade de controle.

Suas histórias impregnaram toda a humanidade, desde os mais remotos tempos, até ser nomeada, enclausurada, aqui ou ali, temporariamente (pois é fuga incessante), em um ou outro campo de força, mas, sobretudo, trata-se de uma idéia, um método, uma estratégia, um modus vivendi... sem dono, autor ou culpado.